EVOLUIR agradece este texto para publicação
Maria Sílvia Paradela
Certo dia ao acordar,
Ouço sons de mim estranhos:
Serão aves pelo ar
Batendo asas a voar?...
Ou do campo balem anhos?
O Sol ‘inda não raiava
Nascera o dia cinzento;
Do portão abri a aldrava,
Vi que o silêncio pairava
Abraçado à voz do vento.
Perguntei ao vento agora
Se trazia algum recado.
Respondeu-me sem demora:
– Trago de Deus uma escora
Para deixar a teu lado.
E assim, como por magia,
Senti descer um presente
Que em minh’alma imprimia
Fascínio p’la poesia
Cantei
ânsias, cantei mágoas,
Cantei
para as minorar.
Caldeei-as
no ardor das fráguas
(Que
extingui com caras águas)
P’ra
delas me resgatar.
Interroguei
as estrelas
Por
parques e avenidas,
Ruas
e becos, vielas;
Auferi
direcções delas
Para
as questões inquiridas.
Atravessando
o deserto
Encontrei
ilustre portal
Que
ao mundo inteiro aberto
É
seu deslumbre; p’lo certo
Fantástico,
fenomenal.
A
súbita aparição
De
Mestres me arrebatou;
Desde
Sócrates, Platão,
A
Proust, Pessoa , Ortigão,
Também
irrompeu Rousseau.
Mas,
dentre eles, oh Jesus,
És
o Supremo Senhor.
O
meu Herói, minha Luz,
O
Mestre que me conduz,
De
todos o Salvador.
Que bonito. Gostei tanto de ter oportunidade de o ler. Obrigada pela partilha. É belíssimo.
ResponderEliminarMuito obrigada, postarei mais, futuramente.
EliminarObrigado, Silvia! Lindo poema! Temos a certeza de que estamos a dar inicio a uma excelente colaboração: esperamos contribuir para a divulgação dos seus poemas e enriquecemos o nosso blog com a sua participação.
ResponderEliminarBem-haja!
Obrigada, Tininha, foi Bom tê-la conhecido!
Eliminar"Fascínio p’la poesia"
ResponderEliminarQuem o sente deixa que as palavras se atraiam. E sob o seu olhar inquieto e carinhoso, elas articulam-se até soarem como uma espécie de música. E foi assim que este poema me abordou: escutando-o.
A minha gratidão pela atenção que disponibilizou!
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