Fernanda
Reigota
Gosto de conversar como
quem gosta de morangos, mas sem açúcar. Aquele morango bom que deixa que o Sol
lhe aqueça o corpo e lhe dê sabor natural! Aquele morango perfumado que soube
esperar pelo tempo certo! Aquele morango que me põe bem-disposta por muitas
horas. Essas são as conversas de que eu gosto, aquelas que não me deixam igual
ao que eu era antes.
Claro que há muitas formas
de conversar como quem come morangos saborosos. Embora ainda haja reticências,
é um facto que a Internet pode ser um veículo de conversação muito rica. É só
nós queremos ir um pouco mais além do Olá! Tudo Bem!
Acontece-me, com alguma
frequência, lembrara-me da canção “Menina estás à janela” de Vitorino, quando
“passeio” nas avenidas da Internet, simplesmente olhando, ou parando com este
ou aquele conhecido que tem tempo para falar. Ou, então, escolhendo as
mensagens que penso valer a pena ler. E para dar coerência a esta associação
entre navegar na Net e “estar à janela”, encaro a Internet como uma janela e eu
sou a cibernauta.
Para mim, “estar à janela”
é viver o meu tempo ao meu ritmo, é valorizar a conversa e a comunicação,
gostar de ouvir os outros, deixar-me desafiar pela vida. Assumir este
enquadramento, ou seja, ser cibernauta e estar à janela, será, para muitos, uma
contradição.
Para esses, ser cibernauta
é não ter mais onde ocupar o tempo, e pode ser um pouco real, é gostar de ser
apenas vaso de receber, e pode ser um pouco real, é deixar-se viciar pelo mundo
virtual, e pode ser um pouco real…
Psicólogos, psiquiatras,
sociólogos, mas também o senso comum, já opinaram sobre este assunto,
precisamente no ciberespaço. É a vida a manifestar-se! E o importante é nunca
perder de vista os pontos de equilíbrio!
Voltando à minha imagem de
cibernauta à janela, revisito a canção de Vitorino, já que ela se me impôs, e
retenho os versos “Os olhos requerem
olhos / E os corações, corações”.
Do leitor de cada texto
deste blogue EVOLUIR eu conheço os seus olhos, através de cada comentário que
faz. E agradeço.
A ti, que ainda não
ousaste comentar, peço que ouses olhares-nos nos olhos, já que somos
veraneantes do mesmo passeio. E agradecerei.
Do seguidor deste blogue
eu quero conhecer o coração, sentir a sua humanidade, a sua voz feita palavra.
A ti, que ainda não ousaste
escrever e enviar ou enviar o que já escreveste, peço que ouses partilhar, pois
a todos enriquece.
Seja através de uma carta
manuscrita que quase já não se envia, seja através de um recado que quase já
não se usa, seja através de um telefonema ou deste meio mais recente que é a
Internet, o mais importante é conhecer e conhecer-se, é comunicar.
Como diz a canção, “Não me vou daqui embora / Sem levar uma prenda tua” e essa
prenda, vamo-la construindo dia a dia neste ciberespaço. A riqueza da
comunicação está nas trocas que sejamos capazes de fazer, na polaridade
bilateral que consigamos implementar.
E aqui fica um comentário retirado
deste blogue, para sustentar este DESAFIO que deixo a todos nós,
“Os amigos da Avenida da Escrita”:
Que bom abrir antigas gavetas e sentir a força da palavra. Por estares
escrita nos chegaste. Para chegarmos à profundidade do teu inconsciente te
escrevemos!
PS: Na
página “Curiosidades”, pode ser
vista a palavra CIBERESPAÇO.
Não é por acaso que é nossa PROFESSSORA, ORIENTADORA e outros adjetivos que agora e aqui pouca (ou muita)diferença faz sejam referenciados. Obrigada Fernanda por tudo que nos tem dado.
ResponderEliminarMas que bom ter lido este recado, tão bem dado.Realmente partilhar o muito ou o pouco, não importa; o que importa mesmo é partilhar. Fico grata.
ResponderEliminarEsta é mais uma janela surpreendente: de certeza que o Vitorino ía adorar a encenação que a Fernanda deu (e como ela o faz bem) a uma canção que faz parte do nosso imaginário coletivo e já não lhe pertence porque é de todos nós.
ResponderEliminarEu fiquei muito feliz com este apelo que tem também sido o meu por entre linhas que se não vêem mas se vão sentindo. Passo a passo vamos caminhando ao lado uns dos outros, semeando o diálogo e a transmissão de ideias.
Não deixem de ir à página Curiosidades que tem explicações no mínimo fascinantes.
"Que bom abrir antigas gavetas e sentir a força da palavra. Por estares escrita nos chegaste. Para chegarmos à profundidade do teu inconsciente te escrevemos!"
ResponderEliminarVou-me daqui embora/Já levo uma prenda tua.
Uma maravilha! Obrigado PROFESSORA.
Em primeiro lugar felicito a todos pelo trabalho de criarem e dinamizarem este blog. É sempre importante ver o quanto as pessoas se dedicam àquilo que faz sentido para elas e que as faz felizes.
ResponderEliminar"A ti, que ainda não ousaste escrever e enviar ou enviar o que já escreveste, peço que ouses partilhar, pois a todos enriquece." Escolhi comentar e demorar-me um pouco mais neste trecho porque nem sempre encaro a minha própria escrita como algo que deva ou queira partilhar com os outros. Não porque não considere que os não vá enriquecer, nada disso, mas, por vezes, e de certo já os autores do Blog terão experimentado, a escrita torna-se um ritual intimista, mais para o 'eu' do que para o 'outro'. Há escrita e escrita, claro, como 'chapéus há muitos', e ainda bem que há escrita partilhada para poder ser apreciada e discutida em conjunto, e depois há uma outra escrita, aquela que nos fala a nós, e que só pelo ato de ser escrita, cumpre em si todos os seus objetivos. Não sei se partilharão da minha opinião, mas quis deixar aqui o meu comentário.
Parabéns e continuem o bom trabalho.
Fico muito feliz por a ter connosco. Há muito que o esperava e, sinceramente,parecia-me estranho, mesmo depois de tantos desafios, que ainda o não tivesse feito. Ainda bem que apareceu. É sempre bom reencontrar "velhos" amigos e nunca é tarde para chegar.
ResponderEliminarA escrita é, como diz, um processo interior que começa solitáriamente: vai-se amadurecendo uma ideia, vai-se-lhe juntando outra e, num belo dia, a ideia passa a palavra e a palavra a escrita. Aí deixa de nos pertencer: passa a ser do leitor que a apreende, se envolve nela e a transforma de acordo com a forma como a interpreta. Não se pede a todos que escrevam mas pede-se a todos que aquilo que vamos escrevendo, se os tocou, seja partilhado, dialogado, contraditado. É isso que esparamos de si e, se um dia, lhe apetecer passar ao papel uma ideia intimista não tenha dúvidas: a partilha dá razão à vida. Sem ela nada valeria a pena.
Porreiro (adjetivo)
ResponderEliminarColoquial excelente; ótimo
Coloquial simpático ; afável
Coloquial diz-se da pessoa leal, constante;
porreiro! Exclamação que exprime prazer, entusiasmo, satisfação, alegria, excelente!, ótimo!, maravilhoso.
Porreiro In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-02-19].
Não é palavra que costume usar, mas hoje os vossos comentários fizeram-me ir ao dicionário investigá-la e era mesmo uma intuição a seguir. Um diálogo assim, espontâneo e porreiro – o dicionário já me está a dizer que é linguagem informal e eu sei, mas não me importo – promete nas entrelinhas um conhecimento excelente! Ou seja, porreiro.