sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

História de uma Margarida

© José Carreto Lages 

Margarida era uma rapariga linda, esculturalmente bela e insinuante. Quem a visse lembrar-se-ia, no mínimo, de um figo pingo de mel. Expedita e dada a enleios, frequentava o colégio das irmãs Doroteias, onde trazia em sobressalto os elementos diretivos. A sua beleza era unanimemente conversada entre os jovens.Tornou conhecida a rua e a casa da tia, onde a sua presença enfeitava e valorizava a habitação.

À hora da saída das aulas, era habitual juntar-se um grupo de estudantes mais atrevidos, para observá-la, dirigir-lhe piropos, acompanhar-lhe os gestos e os apelativos movimentos que a moldura da perfeição do corpo desenhava com generosa exuberância. Ela, sobranceira aos olhares, não se incomodava nada de ser  modelo da lúdica observação dos jovens que lhe dirigiam elogiosos galanteios  que lhe assentavam como luva na esteira concupiscente do funcionamento das suas virginais hormonas. O ajustamento das blusas que vestia sugeriam com evidência o contorno abonado da perfeição arredondada de dois seios bem firmes. Com o rosto ligeiramente ovalado, respirava  a exuberância e a perfeita saúde de um corpo perfeito, bem ataviado.

Tinha completado os dezoito anos e entre o aroma das tílias do parque aceitou a insistência do Lourenço em lhe permitir que a acompanhasse no caminho de acesso às aulas, com a condição de que a companhia cessaria antes da curva da rua que abria vista ao edifício do colégio. 
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