© José Carreto Lages
Margarida era uma rapariga linda,
esculturalmente bela e insinuante. Quem a visse lembrar-se-ia, no mínimo, de um
figo pingo de mel. Expedita e dada a enleios, frequentava o colégio das irmãs
Doroteias, onde trazia em sobressalto os elementos diretivos. A sua beleza era
unanimemente conversada entre os jovens.Tornou conhecida a rua e a casa da tia,
onde a sua presença enfeitava e valorizava a habitação.
À hora da saída das aulas, era habitual
juntar-se um grupo de estudantes mais atrevidos, para observá-la, dirigir-lhe
piropos, acompanhar-lhe os gestos e os apelativos movimentos que a moldura da
perfeição do corpo desenhava com generosa exuberância. Ela, sobranceira aos
olhares, não se incomodava nada de ser modelo da lúdica observação dos
jovens que lhe dirigiam elogiosos galanteios que lhe assentavam como luva
na esteira concupiscente do funcionamento das suas virginais hormonas. O ajustamento das blusas que vestia sugeriam
com evidência o contorno abonado da perfeição arredondada de dois seios bem
firmes. Com o rosto ligeiramente ovalado, respirava a exuberância e a
perfeita saúde de um corpo perfeito, bem ataviado.
Tinha completado os dezoito anos e entre o
aroma das tílias do parque aceitou a insistência do Lourenço em lhe permitir
que a acompanhasse no caminho de acesso às aulas, com a condição de que a
companhia cessaria antes da curva da rua que abria vista ao edifício do
colégio.