José Luís Vaz
Aproxima-se o dia 9 e o que gostaria
de poder estar contigo para falarmos, rirmos e recordar tempos passados e
voltarmos a falar e a rir… Acompanhas-me no dia-a-dia, nunca te esqueço, mas
nestas datas, gravadas no nosso consciente, as memórias avivam-se num crescendo
de saudade, como algo que muito queremos apanhar, mas nunca conseguimos tocar.
É como a água da fonte que tanto desejamos, mas está tão funda que não lhe
chegamos. As saudades, repletas de recordações, sobram-nos então, para a elas nos
agarrarmos com a força, que nunca se esgota, quando, com toda a intensidade
lutamos pelo que mais amamos
Saudade |
Recordo os longos serões em
que, já altas horas da noite, arrastávamos as nossas vozes de cansaço. Tínhamos
sempre que pôr a conversa em dia. O prazer de estarmos juntos era recíproco. Os
nossos filhos, os nossos pais, a nossa família, e outros assuntos das nossas
vidas, eram dissecados de fio a pavio. Recordações, novidades, tudo constituía
motivo para conversarmos incessantemente. Era assim a partilha do nosso tempo,
sem pressa, com alegrias ou preocupações, mas sempre, numa atitude cúmplice e amiga.
Tanto que falámos e tanto ficou por dizer!
O dia internacional da
mulher, um dia antes do teu, coincidência feliz que o acaso proporciona, faz-me
pensar em coisas que nunca te disse. Faz-me pensar na filha, sempre motivo de
orgulho dos nossos queridos pais, na mulher e mãe, corajosa, extraordinária,
que nos bons ou maus momentos foi sempre para os filhos um pilar de salvação,
na irmã muito dedicada e amiga, na tia terna e muito querida, na amiga, sempre
leal e disponível, na profissional, muito orgulhosa da sua profissão, uma
amante do ensino. E que Avó? Puderas cá estar, para te encher o coração, por
veres o percurso do teu querido Xano. Sempre óptimo aluno, não deixando de o
ser na Universidade, onde entrou este ano. Está um homem, digno da sua avó.
Tão longe e tão perto |
Foi imposível não sentir a emoção no teu discurso... as tuas/nossas recordações vieram todas ao de cima e foi impossível não a ter por uns instantes aqui ao nosso lado!
ResponderEliminarFoi lindo!
É lindo!
Acima de tudo adorei a forma como te abriste e expuseste os teus sentimentos.
Beijos grandes!
Obrigado!
Ó Zé Luís com que emoção eu li este texto. Imagine que estava a lê-lo, com uma lágrima teimando em sair, e ao mesmo tempo a passar, por mim, uma saudade tão intensa.
ResponderEliminarQue linda essa emoção partilhada e tão contida. Obrigada.
Há pessoas que passam pela nossa vida e nela permanecem para sempre, como uma flor, um abraço ou o sopro de uma vela. Há pessoas com quem ficamos para sempre mesmo que o infinito nos separe. Há pessoas que não morrem: vivem eternamente em nós, dentro de nós.
ResponderEliminarAinda bem que fizeste este trabalho: é uma forma de preservar aquela flor que nunca murcha - a saudade.
No coração aberto que este texto revela, eu não quero tocar:a recordação é muito pessoal, muito sensivelmente familiar...
ResponderEliminarMas ao homem/escritor eu sublinho um pequeno apontamento:
"Quem me dera ouvir a tua gargalhada… Elas eram o espelho da tua pessoa. Francas, transparentes, alegres, comunicativas e deflagravam num rosto que rejuvenescia, como o rebentar de uma flor na primavera."
Que prazer me dá o poder dizer que a escrita é um novo, mas definitivo caminho, para o José Luís!
A comunicação e a partilha entre as pessoas que se amam não se pode confinar a uma vida tão efémera. O Amor, entretecido de Saudade, transpõe o limite terreno e ressoa no Além.
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