Manhã cedo vais para a praia |
No
silêncio da praia
Ao cair
da noite
A
mulher vareira
Contempla
o mar!
Fixa os
olhos nas ondas
Que
reflectem o brilho do luar!
Tua
vida castigada
Entre
ser mãe e vareira!
Tanta
luta, tanto amor
Uma
vida de canseira.
Tuas
noites mal dormidas
Envoltas
em sonhos de aflição!
Manhã
cedo, vais para a praia
Para
vender teu pregão!
Oh, mar
cruel!
Porque
mataste quem amo?
Se me
dás pão para a vida
Não
sejas tão desumano!
Mulher
que a força da vida
Fez
dela um exemplo
De luta
e dedicação!
Enxuga
tuas doces lágrimas
O mar
pedirá perdão!
Isabel Maria ©2014,Aveiro,Portugal
Bela homenagem à mulher do pescador. Obrigada, Isabel Maria.
ResponderEliminarUm grito de revolta contra um elemento que tanto dá quanto tira - e logo lhes leva o que de mais precioso têm: o amor! Sempre me curvei perante as "mulheres do mar" pela coragem, pela persistência e pela determinação com que enfrentam a vida! Muito lindo o seu trabalho, Isabel. Gostei muito
ResponderEliminarA mulher do pescador é uma verdadeira heroína. Luta para poder ser pai e mãe. Luta para secar as lágrimas que tão teimosamente deslizam pela cara, com a saudade a doer-lhe no peito. Gostei muito deste texto. Obrigada à autora.
ResponderEliminarNão é propriamente um comentário, mas foi o poema de António Gedeão que este me evocou com muita força:
ResponderEliminarCalçada de Carriche
Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
...
De Júlia Sardo recebemos o seguinte comentário:
ResponderEliminar"Lindo poema. Fez-me ir às minhas memórias e recordar a minha avó que era peixeira é o meu avô pescador. Gostei muito"