Lourdes Lameiro
Quando
lhes encho as medidas, com a moda e os preços, divirto-me com os comentários.
As vozes para mim são poesia.
Sou montra de loja, só me vestem do que há de melhor na casa. |
Dou
alegria e dinamismo às cidades, com as minhas luzes de várias cores. Pelo Natal
sou a alegria dos miúdos e graúdos.
Quando
colam no meu vidro papéis, a anunciar, por exemplo, formas de pagamento,
eventos que se passam na cidade, as pessoas não resistem, mudam de passeio para
ler e satisfazer a sua curiosidade. Ficam mais informadas, aproveitam para me
ver melhor e eu fico feliz.
Todas
as semanas me vestem com coisas novas, sempre diferentes!...Sou
muito mimada, sempre muito limpa e brilhante.Sou
montra de loja, só me vestem do que há de melhor na casa.
Lourdes Lameiro ©2015,Aveiro,Portugal
Ora aí está, Lourdes, o seu primeiro texto no blogue. Acho que lhe vai saber bem a companhia dos que por aqui andam. Tão bem quanto nos vai saber, aos que já cá estavam, lê-la. Achei muito interessante a forma como delineou o seu trabalho e, sinceramente, foi uma surpresa o final. Queremos continuar a vê-la por cá.
Parabéns, Lourdes! Bonito texto!
ResponderEliminarUma montra vaidosa: não há nada de mais autêntico do que assumirmos o que somos.
ResponderEliminarFico à espera de ler o próximo texto, sim, Lourdes?
O relato de um efeito real : o apelo das montras ao desejo de consumir. Um texto que transmite , na sua essência, aquele permanente desejo de mudar algo em nós ou nos outros, mais não seja a partir de uma simples compra ou mesmo de desejo de o fazer...
ResponderEliminarSimples mas muito real e atual. Parabéns