Maria Jorge
Na
altura, pedi uma simulação do que seria a minha reforma. Depois de me apresentarem
os cálculos, baseados nas contribuições entregues ao longo de toda uma vida,
fizeram-me diversas advertências: não podia nos cinco anos seguintes trabalhar
para a mesma entidade patronal ou em qualquer empresa onde figurasse o nome da
mesma, quer fosse a tempo parcial ou mesmo grátis; iria sofrer uma penalização
por pedir a minha reforma antecipada e ainda, se prosseguisse com a minha
petição, não poderia voltar atrás.
Como
contrapartida, iria receber o valor de X mensalmente. Este valor ser-me-ia pago
ao longo de 14 meses; iria ainda beneficiar de um aumento anual consoante a
inflação.
Ao
fim de quatro anos de reformada, estou a cumprir escrupulosamente com o que
acordei, considerando-me uma pessoa de bem.
E o
Estado Português? Porquê não? Então o valor da minha reforma não é baseado na
minha capitalização ao longo de uma vida? Estão a fazer-me algum favor? O que
fizeram ao valor que eu, cegamente, depositei nas suas mãos? Então porque se
chama Segurança Social?
Alguém
me dá alguma justificação?
Seis interrogações que vão ficar sem resposta por parte do interpelado!
ResponderEliminarTalvez o problema seja a quantidade exagerada de perguntas. Temos de perguntar com parcimónia!
Assim, é perguntar acima das nossas possibilidades. Possivelmente teremos de emigrar para obtermos respostas lá fora!
Talvez as respostas venham como contrapartidas de alguma compra importante para todos nós.
É preciso que cada português seja um soldado cumpridor no seu posto e aguarde pacientemente que o horizonte negro se afaste por si só!
Pois é, Maria, isso era no tempo em que ser politico era uma função nobre que fazia dos que a exerciam exemplos de seriedade. (Nem sei que te diga: chego a pensar que esse tempo só existiu no meu imaginário...)
ResponderEliminarO que eu sei, hoje, é que aquilo que é verdade num minuto passa a ser falso no minuto seguinte. E depois aquela história do "estado ser uma pessoa de bem" já era. Agora só nos resta "para não sermos piegas" voltar aos tempos dos nossos pais e, se calhar, voltar a emigrar, como refere a Fernanda! Dizia-te ainda, caso tu quisesses, que lesses o Ensaio sobre a Lucidez do nosso Saramago. Talvez essa seja uma resposta a toda esta embrulhada em que estamos metidos sem termos contribuido para ela.
Vivemos numa sociedade com "VALORES", no mínimo, estranhos."Os vampiros", como lhes chamava José Afonso, comem tudo e não deixam nada.
ResponderEliminarTú, eu, nós, só somos as marionetes!
Não fiques triste porque é tudo incompreensível.Mas não é só agora; tem sido sempre assim ao longo dos tempos.
ResponderEliminarMaria, a triste conclusão a que devemos chegar, é a de que o Estado não é uma pessoa de bem.Lamentavelmente, somos todos nós, os que se encontram na mesma situação, as suas vítimas preferenciais.
ResponderEliminarParte da solução das injustiças do nosso país estaria por, em vez de políticos,sermos governados por pessoas de bem.
ResponderEliminarOlá, Luzia!
EliminarDou-te as boas-vindas e fiquei orgulhosa do teres "nascido" para este blogue. Assim, vamos crescendo e evoluindo.
Com o devido respeito, o que nos falta é mesmo fazer ouvir a nossa voz de discórdia, não só pelo vossa situação de reformados que estão a ser roubados nos vossos longos anos de contribuições, mas também por os que querem trabalhar e não conseguem arranjar um emprego e vêem reduzidas as suas prestações sociais, por os que trabalham e são explorados por patrão e estado, pelas crianças que por
ResponderEliminaros pais ganharem pouco acima do ordenado mínimo já não têm direito ao abono de família e por todas as injustiças que se andam a cometer...
Não deveríamos juntar as nossas vozes e a de muitos mais para dizer basta a isto?!
Não seria mais audivel se falássemos todos a uma só voz para lutarmos por um país mais justo e melhor?!
Desculpem o desabafo mas não consigo deixar de pensar no pobre Anibal que se não tivesse poupado durante a sua vida contributiva agora não teria dinheiro para fazer face às suas despesas...
Concordo plenamente com o Daniel. Porque isto é um ciclo vicioso. Vamos a isso? Vamos à luta? O barco está quase, quase lotado e não queremos que vá ao fundo por excesso de carga
ResponderEliminarPode contar comigo Maria...
ResponderEliminarA luta como a vossa geração o sabe tão bem, faz-se em cada esquina!...
...e eu ando por aí!