Maria José Pereira
Meteu-se no carro e rumou por aí...
A pressa  de chegar era mais
 que muita, mas não  queria transgredir. Tinha de ficar calmo e
não carregar  demais  no  acelerador. 
Deliciou-se a contemplar o campo, que  começava
a ficar salpicado  de flores minúsculas, roxas,  amarelas, vermelhas,
lembrando uma pintura de Monet.
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| O ambiente era quase silencioso | 
O ambiente era quase silencioso, não
 fosse o chilrear  da passarada. 
E, quão apaziguador era aquele espaço
 a não perder de vista...
Mais uns quilómetros e, finalmente,
chegou à  pequena localidade, junto  à praia. 
As casas, poucas, baixinhas, pintadas de
branco. 
Numa ruela estreita, numa casa branca
como a neve, os amigos esperavam-no.
Foi só tempo de pousar a mala. O
mar sereno esperava-os.
As pequenas ondas espreguiçavam-se na
praia, como a querer revolver a areia dourada. 
Os raios de sol, já, bastante,
fraquinhos, iluminavam o mar.
Depois de tão longa viagem, chegou a
altura de descansar. - pensou. E assim pensou, assim fez.
Maria José Pereira ©2015,Aveiro,Portugal
 
 
 
Palavras serenas definem uma situação em que o silêncio transborda como uma força presente.
ResponderEliminarTanto mar, tanto campo, tanta natureza e, em apenas 150 palavras, textos tão diferentes e complementares.
ResponderEliminarAinda bem que há quem evite transgredir. Talvez outros o façam, ingenuamente,por certo, embora assim pensem e assim farão.
ResponderEliminarNem que seja só no teclado e no visor de um computador, é sempre magnífica a evasão para um espaço como este: "O ambiente era quase silencioso, não fosse o chilrear da passarada.
ResponderEliminarE, quão apaziguador era aquele espaço a não perder de vista..." Porque escrever também é viver...