domingo, 1 de fevereiro de 2015

Mar Nosso

Fernanda Reigota 

O vosso dissipar da bruma cerrada

MAR!
Vieste silencioso insinuares-te a nossos pés.
Estremecemos, mas acorremos a outras marés.
Deste luta e, com trevas no coração,
Agarrámos as pepitas de água e luz.
Era a nossa criação:
Vislumbrámos-te as entranhas.

E teus areais suspensos e tuas terras odorosas e gentes estranhas.
Com as mãos crispadas muitos enfrentaram os temporais,
Com a vida outros pagaram nosso arrojo.
E nas praias sorviam o horizonte as mulheres incorporais!

ESTRELAS!
O vosso murmurar dos pontos cardeais
O vosso desvendar do mistério 
O vosso dissipar da bruma cerrada
Transpareceram
As ligações universais
As claras horas do planisfério
A necessária exaltação da TERRA REVELADA!

Fernanda Reigota ©2015,Aveiro,Portugal

3 comentários:

  1. O mar - o eterno poema na brisa da manhã. Mas um mar que se interpela, que se exalta, que se espraia. Um mar que se desvanece na busca incessante da "terra revelada". Lindo, Fernanda, e repleto de uma sensibilidade que se entranha em cada palavra.

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  2. "Com as mãos crispadas muitos enfrentaram os temporais; com a vida outros pagaram nosso arrojo".
    Enfrentaram e enfrentam, pagaram e pagam, digo eu.
    O mar tão misterioso, tão deslumbrante, tão fascinante mas... tão traiçoeiro.
    Maravilhoso poema Fernanda.

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  3. O esplendor do mar com o seu único limite, as estrelas, que facilitam o alcance da "TERRA REVELADA".
    Grandioso, o mar e o poema.

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