quarta-feira, 5 de junho de 2013

Deixemos a natureza continuar a ser natural! O PANDA

EVOLUIR agradece ao autor o envio deste texto para publicação

Lindonor Silveirinha

O Panda

Estava-se no mês de Junho. Um dia, pelo correio, os pais do Pedro receberam uma carta a dizer que tinham sido premiados com uma viagem ao Nepal por terem preenchido um inquérito de uma companhia aérea, onde tinham feito uma viagem.
Eles nem sabiam onde ficava o Nepal e, por isso, tiveram que consultar um Atlas. Se fosse hoje iam à internet…
O Nepal é um pequeno país, encravado nos montes Himalaias, lá para os lados da China.
O Pedro ficou entusiasmadíssimo, porque adorava conhecer esses países orientais, onde havia religiões e costumes diferentes. Os pais é que não gostaram muito da ideia, porque teriam preferido ficar pela Europa. Mas o prémio era aquele!...
A 15 de Julho partiram de avião em direcção ao Nepal e aterraram em Katmandu, que é a capital.
O aeroporto estava cheio de pessoas, todas de estatura baixa e de pele amarela, muito parecidas com os chineses.
Foram para o hotel, que lhes estava reservado e, no dia seguinte, cumpriram o programa traçado pela companhia que lhes oferecera a viagem. Estava um dia bonito mas quente, de uma temperatura húmida que tornava difícil a respiração. Sentiam-se muito cansados a subir as montanhas na visita  aos templos budistas que lá existiam.
A certa altura deram por falta do Pedro, mas pensaram que ele tivesse ido à frente com os guias.
Quando chegou a noite e se prepararam para regressar, ninguém tinha visto o Pedro. Os pais, numa aflição, não quiseram ir para o hotel e passaram a noite a chamá-lo. Ouvia-se o eco transmitido pelas montanhas, mas do Pedro nem sinal. Não conseguiram dormir e, logo que nasceu o dia, continuaram as buscas.
Era tão fofinho
Ao fim de várias horas foram encontrá-lo, adormecido, agarrado a um panda, ambos enroscados um no outro, por causa do frio que, de noite, faz nas montanhas.
Ao princípio, os pais até pensaram que era um peluche, mas quando se aproximaram, o bicho desprendeu-se e fugiu. Nem queriam acreditar no que tinham visto e, o Pedro, ainda cheio de sono, só dizia: Ai que pena. Era tão fofinho. Eu quero levar um para Portugal. E, levantando-se, começou a correr atrás dele, só que ele saltava de ramo em ramo como um macaco e o Pedro não o conseguiu apanhar.
Depois de uma longa conversa, os pais lá conseguiram levar o Pedro para o hotel sem o panda. Mas foi difícil. O Pedro só pensava no sucesso que faria na escola se dissesse que tinha um panda, em vez de um gato ou de um cão.
Quando chegaram ao hotel, o Pedro adormeceu, porque estava muito cansado e os pais resolveram esperar pelo dia seguinte para terem uma conversa séria com ele.
Logo que ele acordou, disseram-lhe:
- Ontem pregaste-nos um grande susto e estamos a ver que, nem por um momento te lembraste da nossa aflição.
- Ó mãe, eu quando vi aquele animalzinho, tão fofinho, ali sozinho, só pensei em lhe pegar e trazê-lo connosco, mas ele fugia à minha frente e eu ia sempre andando, andando. Que pena ter fugido!
- Mas o que é que tu ias fazer com um panda? perguntou-lhe o pai. Nós vivemos num andar, sem jardim e tinhas que o ter sempre em casa. Já pensaste no pobre bichinho, habituado à liberdade, ali preso, só para tua satisfação?
- Por acaso sabes de que é que ele se alimenta? perguntou a mãe.
- Por acaso sei, porque o vi comer, bambu, folhas e frutos.
- E onde é que tu ias arranjar o bambu lá em Portugal?!
O Pedro calou-se e ficou a pensar. O pai aproveitou para lhe dizer:
- Tu já estudaste isso e sabes que estes animais selvagens se querem livres. Na maior parte das vezes morrem no cativeiro. Não querias isso para aquele panda tão fofinho, pois não?
Os pandas do Nepal são avermelhados
- Acho que o pai tem razão, não há direito que se tenham animais enjaulados só para diversão das pessoas. Vou arranjar um poster com um panda para pôr no meu quarto e lembrar-me desta aventura.
Além do poster o Pedro resolveu consultar alguns livros e ficou a saber que há duas espécies: Uma mais pequena, que não atinge mais do que o tamanho de um gato e outra maior, considerado o panda gigante que lembra um pequeno urso. Estes também comem roedores, aves e peixes e vivem na China e no Tibete. Os pandas do Nepal são principalmente avermelhados.

6 comentários:

  1. Esta é uma história que nos faz relembrar que o Panda não é apenas um desenho animado: um animal que existe não apenas no nosso imaginário e que vale a pena mostrá-lo às crianças. Uma vez mais vou querer partilhar esta história para conversar com as minhas crianças. Adorei Lindonor!

    ResponderEliminar
  2. Linda esta aventura que acabou bem. E quem, mesmo adulto, não gostava de ter um Panda como companhia? Como diz o Pedro tão fofinho...

    ResponderEliminar
  3. Nunca vi um Panda ao vivo; só em filmes ou documentários, mas realmente são uns amores. Apetece mesmo tê-los sempre ao colo. Obrigada pela participação.

    ResponderEliminar
  4. Com histórias destas, pais e avós vão brilhar quando as lerem às suas crianças.

    ResponderEliminar
  5. "Acho que o pai tem razão, não há direito que se tenham animais enjaulados só para diversão das pessoas."
    Normalmente, os pais só têm razão... Esperemos que os filhos comecem a interiorizar que tanto humanos como animais devem usufruir dos direitos inerentes à vivência em sociedade.

    ResponderEliminar
  6. Conhecimentos científicos entrelaçados numa aventura. Uma mensagem para refletir: a diversão dos humanos não pode ser conseguida à custa do sofrimento dos animais. Gostei muito, Lindonor.

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...