segunda-feira, 3 de junho de 2013

A MINHA MONTANHA

EVOLUIR agradece ao autor o envio deste texto para publicação

José Carreto Lages


Imóvel no espaço,
A MINHA MONTANHA
do silêncio se veste para afirmar a majestade
da grandeza de ser rainha do tempo
sem fim e sem idade;
a essência da sua natureza
é o tamanho e a altura, na beleza
de filha natural de mãe casta;
sem ostentação
mostra-se desnuda ou vestida,
do alapado sopé ao cobiçado cume,
toda a roupa aceita, quanto lhe serve e basta.
Aceita quem quer que a procure
para o prazer ou com ânimo de conquista
aceita quem a ame e quem dela guarde azedume
quem a queira como mãe ou como madrasta.
A neve, de frequente visita,
se com manto a superfície ingreme lhe arrefece,
lhe traz a paz e a alma conforta e aquece.
Sabe que a observam e invejam como senhora bela
mas, para que a temam e se ajoelhem a seus pés,
não precisa que lhe erijam altar nem construam capela

10 comentários:

  1. Evoluir tem hoje o grato prazer de publicar um poema dum novo colaborador – José Carreto Lages – a quem saudamos com muita amizade e de quem esperamos colaborações como as que já nos vem habituando plenas de qualidade e sentimento. Bem-vindo! Esperamos desfrutar da sua colaboração por muitos e excelentes trabalhos.

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  2. A montanha foi o meu berço. Mas a "sua" não vou esquecer.

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  3. Lindo poema de amor à natureza.
    Obrigada

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  4. Respostas
    1. Também eu, já somos duas, mas pelo menos vamos tendo a oportunidade de ir lendo estas "coisas" maravilhosas.

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  5. A beleza da montanha deificada por um dos seus filhos - um hino de amor à Natureza. Lindo!

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  6. A mestria com que joga com as palavras e o sentimento que delas faz brotar transformam este poema num hino à beleza que o silêncio transporta em cada um de nós face à majestade da natureza no seu estado mais puro.
    E é face a um poema de rara beleza que as nossas palavras se restringem, se acoitam, se diminuem: está tudo lá, pronunciado de uma forma inolvidável e sem qualquer hipótese de repetição.

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    Respostas
    1. Albertina:nem tanto nem tanto... é a sua sensibilidade que vê para além da matéria da simplicidade das palavras numa momentânea pretensão de desenhar a afirmação do belo em que raramente atentamos. É só ver, a grandeza está lá à vista de todos.

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  7. Da Mãe Terra recebemos alimento para o corpo, mas também para o espírito.
    Sempre compensadora a energia telúrica que a invocação de uma montanha — perfeito símbolo de espiritualidade — proporciona. E como o caldo urbano necessita da montanha!

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