José Luís Vaz
Sempre
elegantes, desde as altas às mais baixotas, coabitam com facilidade em espaços
variados. Quando sós, deslumbram os seus admiradores pela conformação sui
generis que proporciona a cada um especular sobre as suas formas.
Já lá
vai o tempo em que a natureza determinava o seu livre desenvolvimento
proporcionando, quantas vezes, uma arquitectura exótica e diferenciada. Hoje, é
abruptamente “fabricada”, de acordo, única e simplesmente, com critérios
economicistas que tudo determinam violentando as formas livres da mãe natureza.
Existe
uma grande variedade distinguindo-se, entre si, pelo desenho, pela idade, pelo
porte,
pela raridade ou mesmo pelo seu interesse histórico. Podem atingir cerca de
vinte metros de altura, o que justifica forte capacidade
na procura dos nutrientes necessários. Neste ciclo de luta pela subsistência e
desenvolvimento acaba por, com a sua acção, tantas vezes, evitar que fortes
enxurradas arrastem catastroficamente os solos, destruindo uma estrutura em que
existem os elementos necessários à vida.
Fonte inesgotável de vida |
Necessitando
muito tempo para crescer, pode viver centenas de anos. Há mesmo exemplares
referenciados com cerca de dois mil anos, sendo considerada a mais antiga do
mundo, uma que existe perto de Tavira.
À
imitação da mulher, também ela tem cabeça, tronco e membros, deliciando os seus
fãs com uma simples e bela flor que acaba por dar fruto tão apetecível e útil.
Enche-nos
de oxigénio e necessitando de uma certa humidade no ar, partilha com
trabalhadores, pessoas indiferenciadas ou mesmo com quem do lazer faz vida, uma
frescura tão saudável, quanto desejada, por quem em dias de intenso calor
procura alento num local acolhedor.
Do
seu tronco retorcido nascem rebentos, a alegria da sua vivacidade, sustentando
folhagem persistente, que num permanente ciclo de vida, se vão alternando,
caindo as velhas, nascendo as novas, passando-se tudo, como se de magia se
tratasse.
Não
admira pois, que estes exemplares sejam por diversos povos venerados.
Nome
grego, “eléa ou “laiva” e latino “oliva” são as origens da nossa oliveira que é
para mim a rainha das árvores.
Ela
é uma fonte inesgotável de vida onde a minha imaginação remexe encontrando
sempre imagens reflexas da vida ou da falta dela.
José Luís Vaz ©2015,Aveiro,Portugal
Um texto que delicia por assistirmos a uma conversa encantadora entre o poder da observação e a sensibilidade.
ResponderEliminarDo simbólico ao simbolismo vai um passo do tamanho de um nada. Neste trabalho gostei sobretudo da forma coloquial como se desenvolvem algumas reflexões sobre a árvore e o que a sua sombra podem traduzir.
ResponderEliminarO saber do técnico aliado à sensibilidade do homem.
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