Albertina Vaz
Ontem tive um sonho. Mas um
sonho é um sonho. Apenas isso. Este era um sonho verde, onde as cores apareciam
muito nítidas e mergulhantes. Numa cidade como a nossa é fácil imaginar o azul
da ria e o verde que a envolve. É fácil sonhar com a realidade quando ela se
interioriza e se incorpora dentro do nosso imaginário.
Sonhei enquanto dormia! |
Sonhei que tínhamos uma
avenida cheia de árvores frondosas, cobertas de flores brancas e rosadas que da
estação nos convidavam para descer à ria e espraiar o olhar até um horizonte
sem fim onde o céu se confunde com o mar.
Sonhei que, no Alboi, ainda
lá estavam aquelas árvores velhinhas, todas muito bem podadas e que um mágico,
envolto em bruma, havia tratado com tanto carinho e sabedoria que floresciam
orgulhosamente procurando o azul do nosso céu. Sonhei que o Parque da Cidade voltava
a ter crianças, patos e gaivotas douradas e as máquinas tinham desaparecido de
vez.
Sonhei que havia verde,
muito verde, na nossa cidade e que até o céu espelhava o verde das árvores e o
azul da água a correr para o mar.
Sonhei enquanto dormia! E o
sono é realmente o espaço em que o imaginário parece real.
Albertina Vaz ©2015,Aveiro,Portugal
E a vida é realmente o espaço em que o imaginário e o real podem ser conjugados.
ResponderEliminarOra aí está uma via de fazer critica politico-social através das emoções e cores de um sonho. Valeu
ResponderEliminarDormindo ou em vigília, ainda somos donos do nosso imaginário o que nos permite alguns momentos de felicidade (às vezes) e outros (nem tanto...). Mas sim, podermos dar-nos aos "desabafos", às chamadas de atenção para problemas da nossa cidade que nos afligem, através dos "sonhos", é, sem dúvida, muito salutar! Eu acho! Parabéns Albertina!
ResponderEliminar"O sonho comanda a vida", a ironia é uma arma poderosa, a crítica subtil, sempre inteligente, fazem deste "sonho de ontem" a triste realidade de hoje.
ResponderEliminara saudade com que se sonha o passado devia exprimir-se no sonho que desenha o futuro.
ResponderEliminarLindo. Não há cortes. Há movimento que cresce e enriquece o mundo
Parabens Albertina