©Gil Gilardino
A palavra “SINCERIDADE”, por muito paradoxal que possa parecer, nasceu de uma
mentira.
Os estudiosos da semântica contam,
segundo reza a lenda, que no tempo do antigo Império Romano se vendiam estátuas
com mármore rachadas.Para disfarçar as feridas destas
infelizes estátuas, enchiam-se as rachas de cera e, assim, os escandalosos
mercantes eram tão prósperos como pouco honestos.Os comerciantes honestos alertavam os
seus clientes de que as suas estátuas eram “sem-cera”
… e a palavra nasceu.
As diferentes palavras tais como
sinceridade, verdade e mentira possuem um forte significado simbólico.Na actual sociedade a simbologia das
palavras perdeu o seu peso, criando um vazio pouco confortável para quem todos
os dias deve confiar na ética assimilada ao papel da honestidade.
Cada vez com menos transparência social
se aumenta a opacidade nas nebulosas dos relacionamentos, no lugar de
proporcionar espaços cristalinos do verbo, procurando equidade nos valores da
sinceridade ou na verdade.
Em tempos que já foram, existiam nas
diferentes sociedades certas tendências espirituais com diferentes filosofias,
ateias ou religiosas, garantindo valores sociais, proporcionando uma certa
ordem cívica.
